Do gesto vigoroso sobre a matriz, os rolos que entintam sua superfície definem cores e formas. No momento mágico, sobe-se o papel impresso e se revelam as imagens, confrontando com o que se planejara. Resulta a surpresa e o encantamento do feito.
Utiliza-se aqui matrizes planas em
linóleo, dimensões 30x40 cm, tinta tipográfica, papel canson.
Esta série de monotipias tem a proposta de apresentar ao fundo cenas escuras, imprecisas e algumas vezes mórbidas e pesadas.
Sobre este fundo impresso se lançam folhas vivas, de poucas cores, como se tivessem brotado dessa natureza densa e pouco produtiva.
O que se produz na terra iluminada e fértil vem com cores alegres, aromas e sabores. O que nasce da noite escura e do concreto asfalto tem formas duras e pouco pigmentadas.
Brotam folhas soltas em composições lineares e óbvias, sem os movimentos e as danças que a natureza impõe às suas criações, sem o bailado vivo, ensolarado, oxigenado e ventilado de tudo que brota nos bosques.
Aqui o que brota é natureza de pouca luz. Densa, mas Natureza Viva.