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MONOTIPIA


"Pequenos formatos em poesia"

Aprendi a amar num processo tão interessante, que não consigo ignorá-lo. Foi tudo tão intenso em mim. tanto drama. Tanto floreio. Tanto corpo, tanta alma. O amor salta alto e volta e bate e me apedreja e me ocupa inteiro. não nasci sabendo, claro. um dia sorri diferente, meio desmedido, e entendi que o que alimentava as minhas engrenagens tinha um gosto diferente, um apetite diferente, um sono diferente, um olhar diferente pro mundo, que se fez incrível num piscar determinante em minha vida. Nunca consegui organizar direito o que cresceu em mim, mas pude sentir cada pedaço de transformação que batia à minha porta. um jardim foi se semeando dia pós dia em mim, plantando na víscera uma raiz que se apossava completamente dos meus controles. Uma saudade estranha veio se apresentar, uma saudade diferente, daquelas que você sabe que amanhã pode matar, mas que ameaça vir para nunca mais ir embora.

Um tal de um medo que também é diferente. mas, tanta coisa diferente! Cozinhar é diferente. Tomar banho é diferente. Se vestir é diferente. Sonhar é diferente… ir a rua é diferente. Dizer nós é diferente. Dividir é diferente. Beijar é diferente! Um bom dia é diferente. Chorar é diferente. Passei por uma metamorfose maravilhosa, e dentro do meu casulo pude semear amor demais demais demais, pude beber de uma fonte mais doce. um dia a primavera chegou, iluminou e alimentou o meu florescer. Tão lindo. Que lugar maravilhoso de grandes revelações e tantos desabrochares. Que vontade de viver! Dá vontade de surpreender. Dá vontade de renovar. Dá vontade de impressionar. Dá vontade de viajar o mundo! Dá vontade de sugar, de apertar, de nunca mais soltar, de construir, de enlouquecer. O amor salta muito em mim. Me grita o dia inteiro porque simplesmente amar, para mim, é brincar de ser feliz o tempo todo.

Às vezes salta junto do meu coração, às vezes entra em descompasso, Às vezes acelera sem motivo. Mas sempre escreve poesias deliciosas de absorver.

Às vezes rio do que choro. às vezes choro do que rio. amor desmonta mesmo… que descoberta linda é o amor.

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